Governo do Povo

“There is a war between the rich and poor,
A war between the man and the woman.
There is a war between the ones who say there is a war
And the ones who say there isn’t.
Why don’t you come on back to the war, that’s right, get in it,
Why don’t you come on back to the war, it’s just beginning.”

Excerto do poema There is a War, de Leonard Cohen

Desde as primeiras formas de democracia na antiguidade grega até ao momento em que escrevo estas palavras terão decorrido mais de 2500 anos.

O conceito de democracia, o governo do povo, evoluiu, a sua popularidade e utilização histórica enquanto forma de canalização do poder conheceu muitos episódios.  Hoje, a democracia representativa será a forma mais popular de governo democrático surgindo acompanhada pela igualdade de direitos, liberdade  e o Estado de Direito.

É muito provavelmente a forma mais eficaz de mediação pacífica e ordenada das tensões e conflitos que surgem no seio de um comunidade, bem como de gestão dos recursos com vista ao bem comum, sendo dotada de várias opções, autênticas alternativas de gestão, sob a forma de programas ideológicos protagonizados por partidos políticos que assumem a representação popular.

E contudo… Estamos em guerra! Uma batalha permanente para reafirmar a defesa do que se adquiriu, para recuperar o que se perdeu ou para atingir aquilo que ainda nunca passou de um desejo.

Não há boa política sem representantes bem preparados, não há representantes bem preparados sem uma sociedade instruída e participativa ou sem órgãos de comunicação social zelosos pelos seus princípios de imparcialidade e escrutínio sistemático em defesa da verdade.

Recordado o essencial, é preciso agora partir para o concreto, para o diabo dos detalhes que, na prática e de forma irrefutável, tem vindo a contribuir para um sentimento de crise do sistema político e de desligamento face à fonte do poder: o eleitor representado.

Como resolver esta distância? Como participar de forma ativa e consequente fora dos circuitos habituais e fechados? Como pressionar o poder político ou quem nos quer representar para acertar passo com a sua comunidade?

Como conjugar a participação externa com a participação militante, interna aos partidos de modo a contribuir para a sua permanente reforma e para a sua aquisição de competências? Como aperfeiçoar o sistema eleitoral e a própria democracia interna nos partidos? Como definir melhores políticas públicas e como as avaliar? Como conhecer melhor os representantes que temos ou que se nos oferecem?

Não faz sentido estar a ser exaustivo nestas primeiras palavras mas é por aqui que procuraremos fazer algum caminho. Como escrevemos na página de apresentação, inquietar o leitor (e quem escreve) da sua eventual trincheira, será um pequeno passo que, se alcançado, não desdenharemos.

Seja bem-vindo quem vier por bem. Para o bem de todos, da melhor forma que cada um achar conveniente, no respeito pela inteligência que caracteriza a nossa espécie.

Bem hajam e bem ajam.